Post 654 – Tio Chico Informa nº 248 – Mais um excepcional artigo assinado pelo criador e articulista Joaquim (Quinzinho) Liberato Barroso continuando a demonstrar as incongruências existentes na frágil tese e na nova experiência do OFB. – Afinal, para o inventor do OFB, PATO + PATA = GANSO. – Seria o OFB a Segunda Grande Mestiçagem contra a Raça Fila Brasileiro ? – Data: 2/07/19

Tio Chico Informa nº 248

Mais um excepcional artigo assinado pelo criador e articulista Joaquim (Quinzinho) Liberato Barroso  continuando a demonstrar as incongruências existentes na frágil tese e na nova experiência do OFB.

Afinal, para o inventor do OFB, PATO + PATA = GANSO.

Seria o OFB a Segunda Grande Mestiçagem contra a Raça Fila Brasileiro ?

 

Amigos e amigas do Fila Brasileiro (FB) e do CAFIB,

Segue abaixo o mais recente artigo de Joaquim (Quinzinho) Liberato Barroso postado hoje nos seus Facebooks

https://www.facebook.com/Canil-Boa-Sorte-378735655473368/ e https://www.facebook.com/Canilboasorte :

Quinzinho + Boa Sorte

Joaquim Liberato Barroso

O (VERDADEIRO) PORQUÊ DAS COISAS NO OFB 

Infelizmente, as discussões acerca do inusitado projeto intitulado “Original Fila Brasileiro – OFB” ainda parecem ter um longo curso a seguir. A pergunta do por que uma iniciativa que não resiste às mais rasas avaliações técnicas, práticas, filosóficas ou históricas segue obtendo certo apoio persiste como dúvida maior, mas oferece algumas respostas bem fáceis de serem percebidas em um rápido olhar:

a) A narrativa apresentada, apesar de frágil e falaciosa em todos os seus aspectos, é muito bem engendrada. Foi caprichosamente montada para induzir a um (falso) objetivo virtuoso: o suposto “resgate” de uma Raça que se vê (imaginariamente) em situação de desvirtuação de suas características primordiais, por negligente responsabilidade de clubes e criadores. Este enredo, verdadeiramente atrativo à primeira vista, é cuidadosamente apresentado nas mídias revestido de um ilusório discurso técnico e histórico, certamente na tentativa de lhe conceder um “verniz” mais
técnico e, por consequência, dar-lhe ares mais críveis. Poderia-se falar, sem medo de errar, que os departamentos técnico e de compliance (gerenciamento ético) do OFB receberiam, em hipotética avaliação, nota 0. Já o de marketing ganharia nota 10, com louvor.

b) Essa bem montada estratégia de publicidade revela pontos curiosos, pitorescos e atípicos, tanto quanto o plantel canino sugerido. Pra começar, e considerando-se uma linha de atitude tida como natural e lógica na condução do tema, o esperado seria levar-se, inicial e prioritariamente, as argumentações, tratativas e convencimentos dos fundamentos do OFB aos mais expressivos e experimentados clubes e núcleos de criadores preservacionistas de Fila Brasileiro que, por sua representatividade e próprio interesse, seriam os primeiros a abraçar qualquer iniciativa positiva à Raça. Não foi isso que se viu, o OFB optou por,astúcia e maliciosamente, dirigir seu elaborado script à uma faixa de pessoas que, mesmo entusiastas, pouca ou nenhuma vivência prática possui com o Fila Brasileiro, sua história ou trajetória, ou mesmo à criação técnica estabelecida de cães de raça pura.
Trata-se de prova inconteste que nunca houve nenhuma nobre motivação de contribuição à Raça Fila Brasileiro, mas sim o desejo na imposição de ideias e conjecturas de cunho pessoal, sabe-se lá sob qual motivação. Os patronos do OFB, sabedores que estariam apresentando um engodo, já possuíam de antemão a certeza de que dentro das esferas mais experientes, e de maior capacidade analítica e crítica, a rejeição seria completa. E foi o que se comprovou na prática, pois nem mesmo as entidades que, em outros tempos, já abrigaram os autores do projeto em questão deram ouvidos à proposta, face a seu indiscutível descabimento.

A prova da constatação feita acima é que nenhum criador tradicional ou mesmo mais antigo de nenhum clube, seja CAFIB, Unifila ou CBKC concorda ou se uniu a causa do OFB, que não passa de um projeto egocêntrico de quem tenta a todo custo, mesmo sacrificando a verdade dos fatos, reescrever a Verdadeira História do Fila Brasileiro, na vã tentativa de se tornar seu grande messias e salvador. Salvo alguns adestradores de cães iniciantes no mundo do FB e pouquíssimas novas pessoas que se auto-intitulam criadores nenhum, repito, nenhum antigo criador abraçou a nova mestiçagem denominada de OFB .

c) A frágil e volúvel ética do projeto mostra sua face na medida em que encampa o nome de uma Raça, de história já consolidada e consagrada, adiciona-lhe o aposto “original”, registra-a em entidade cartorial de emissão de pedigrees como outra Raça (o Original Fila Brasileiro) e utiliza-a em cruzamentos de cães ditos “OFB”, autointitulados pelos mentores do OFB como puros (ou auto designados por eles pelos vagos e criativos títulos de aborígenes, autóctones ou coloniais) com exemplares registrados, em diversas outras associações, como…Filas Brasileiros!!! Isto é: cruzados
incongruente e justamente com aquela Raça que alegam hoje deteriorada e necessitando de “revisão” na filosofia do projeto!! . Contrassenso é pouco nesse caso.

Para o OFB, PATO + PATA = GANSO e isso pode ser devidamente verificado através do link : https://www.facebook.com/Canilboasorte/posts/2521129001254405
Não se faz preciso muita observação para se verificar que o projeto OFB de rácico não possui nada, nem a intenção. Se trata de clara e simples prática de mestiçagem aberta, de ufana iniciativa individual, “travestido” por enunciado que visa dar falsos ares de castidade e honradez. Explica-se, mais uma vez, o público-alvo do projeto: os curiosos, contudo descompromissados, com a criação de FB (pelo pouco contato que têm com ela) e a turma do “contra tudo que está aí” (esta dispensa comentários).

Se valer da inexperiência, ou do espírito reacionário de uns e outros, para exercer um processo (de origem personalista e egocêntrica) de mestiçagem em Raça que já foi tão prejudicada por esta razão, extrapola o sentido de antiético, incorrendo ao terreno do dolo e má fé.

A pretensa preleção ética do OFB também se esvai em uma cortina de fumaça uma vez que, por um lado, enaltece a figura e o trabalho de Dr. Paulo Santos Cruz, mas por outro os subverte e os desconsidera quando apresenta propostas e práticas que, em clara visão, editam e reescrevem sua notável e reconhecida obra, a qual apresentou o Fila Brasileiro ao mundo. De uma feita sabem que se atacassem diretamente a figura de Dr. Paulo seria um suicídio publicitário, por outra não se constrangem em usurpar e detratar seu trabalho, mormente junto ao CAFIB, local onde convergiu, aprimorou e consolidou todo seu estudo, conhecimento e experimento. Para os que ainda não perceberam, foi no CAFIB, juntamente aos seus fundadores, técnicos e criadores participantes que Dr. Paulo atingiu o apogeu de seu trabalho sobre o FB, elaborando inúmeros textos e publicações que se tornaram o que há de mais consistente em matéria técnica sobre esta Raça. Assim foi e segue até os dias de hoje, mesmo após sua ausência.

d) A inclusão de profissionais de adestramento ou treinamento canino é outro sintoma das intenções pouco comprometidas com a Raça. Não que estes não sejam competentes e talentosos, pois temos profissionais de altíssimo gabarito tanto civis como militares. Entretanto, o Fila Brasileiro nunca foi raça canina de referência a este segmento, sempre sendo qualificado como “pouco inteligente” , “refratário ao treinamento” ou “desprovido de vocação à provas de trabalho ou esportivas”. Até certo ponto entende-se essas afirmativas, uma vez que a base técnica e prática desses profissionais é calcada, majoritariamente, sobre o comportamento e atavismo de outras raças de cães, as quais o FB possui pouca, ou nenhuma, afinidade.

O próprio Dr. Paulo sempre se mostrou contrário ao treinamento ou condicionamento na criação e exposições da Raça, ciente que era dos riscos de equívocos que poderiam acarretar na seleção dos exemplares, confundindo-se
caracteres natos com aqueles resultantes de condicionamentos. Na verdade, a correta criação e seleção de Fila Brasileiro prescinde de qualquer relação com adestrabilidade ou treinabilidade.
Trata-se, mais uma vez, de astuta e maliciosa manobra no sentido de fornecer à narrativa do OFB um tom presumivelmente mais técnico, tornando-o mais atrativo e sedutor aos ouvidos dos incautos e desavisados. Por outro lado, o dos treinadores, abre-se novo canal comercial, uma vez que estes profissionais obtêm seus rendimentos de serviços e produtos relacionados a cães, evidentemente. Não é difícil imaginar que alguns desses profissionais envolvidos estejam já auferindo ganhos que jamais imaginaram ter com cães Fila Brasileiro. Um belo exemplo de proveitoso comensalismo entre o OFB e os treinadores, mas só para eles.

e) A parte técnica do OFB, por sua vez, também demonstra o porquê do foco do projeto em aficionados de rasa experiência e ratifica o seu já mencionado viés antiético e visceralmente mestiçador.
No intuito de favorecer um melhor entendimento, seguem os links dos Padrões Raciais da Raça Fila Brasileiro :

– BKC/CBKC/FCI : https://issuu.com/alejuse2009/docs/padrao_todos

– CAFIB/UNIFILA :
http://www.cafibbrasil.com/padrao.html

Observação: O Padrão Racial da Amfibra não foi relacionado pois, desde que aquele Clube encerrou suas atividades como tal, seu website foi retirado do ar. Todavia, como fui um de seus redatores, que conste como correlato ao Padrão CAFIB, com outra expressão escrita.

À vista de todos os Padrões, à exceção do temperamento, não se observa em nenhum deles a figura do cão preconizado pelo OFB. O vale-tudo genético que pratica
produz os mais variados caracteres e tipos, em sua maioria muito aquém do aceitável ou simplesmente reprováveis.
Alguns exemplos práticos podem ser apresentados:

e.1) CABEÇA

– O QUE SE VÊ NO OFB: Cabeças fracas, leves e pequenas, muitas vezes acompanhadas de formatos inadequados (graióides, lupóides, bracóides ou combinadas), afetando diretamente a expressão e a identidade rácica do cão.

– O QUE DIZ O PADRÃO RACIAL (CAFIB): Braquicéfala, grande, pesada. De perfil mostra: focinho de comprimento praticamente igual ao do crânio; e de boa profundidade; occipital saliente; orelhas grandes e pendentes; stop baixo. De frente é larga, focinho forte, de curvas bem convexas, crânio amplo, levemente curvo, como também as laterais.

e.2) FOCINHO

– O QUE SE VÊ NO OFB: Focinhos frágeis, estreitos e pouco profundos.

– O QUE DIZ O PADRÃO RACIAL (CAFIB) : De perfil, comprimento praticamente igual ao do crânio. Forma retangular, porém muito profundo. Todavia, nunca deve a profundidade igualar ou ultrapassar o comprimento. Linha anterior reta, descendo levemente inclinada, entrando, meia altura, em curva ampla e perfeita, até alcançar a linha inferior do focinho, também definida pelos lábios superiores, que são grossos, pendentes, sobrepondo-se aos inferiores, que são firmemente fixados no queixo, porém soltos nos lados, mostrando bordos denteados. Comissura labial aparente.

NOTA PESSOAL: A largura do focinho determina a largura dos maxilares e arcadas dentárias. Sendo o FB Raça provida de dentes grandes, mais largos que altos, deve possuir focinhos de largura suficiente para abrigar tal tipo de dentição.

e.3) APARÊNCIA GERAL E FIGURA

– O QUE SE VÊ NO OFB: Cães de estrutura frágil, figura não homóloga à molossóides, leves em demasia.

– O QUE DIZ O PADRÃO RACIAL (CAFIB): Raça tipicamente molossóide. Talhe grande; massa poderosa, ossatura robusta, dando a impressão de alentada concentração de força e poder, mas sem parecer, nem ser, pesado, lerdo, apático. Figura retangular, compacta, porém harmônica, bem proporcionada, simétrica. Caracteres sexuais secundários pronunciados, destacando nitidamente machos e fêmeas.

e.4) PELE

– O QUE SE VÊ NO OFB: Exemplares com visível pouca pele e barbelas. Aparente ausência de pele solta.

– O QUE DIZ O PADRÃO RACIAL (CAFIB): Representa uma das características rácicas mais importantes. Deve ser grossa, solta em todo o tronco, principalmente no pescoço, formando barbelas na garganta que, em muitos casos, prosseguem pelo peito e abdômen; alguns cães apresentam uma dobra nas laterais da cabeça, e, também, na cernelha e ombro. Estando o cão em repouso, a cabeça não deve apresentar rugas; excitado, a contração da pele do crânio, para erguer as orelhas, forma, entre estas, pequenas rugas longitudinais ao crânio. Testa isenta de rugas.

Apesar de tantas, e tão visíveis, respostas à insólita “arquitetura” do projeto OFB, algumas perguntas, que povoam entre antigos e experientes criadores, técnicos e dirigentes relacionados ao Fila Brasileiro, permanecem ainda sem resposta:

– Por que o OFB insiste em usurpar o nome e detratar a história há muitos anos legitimada de uma Raça, se alega estar formando, e registrando como tal, outra nova raça?

– Não seria mais simples, produtivo e honesto, trocar o nome para algo como Boiadeiro Colonial, Cão Aborígene Brasileiro ou outra denominação qualquer?

– Por que o OFB, humildemente, não assume sua verdadeira condição de projeto de “Bandog”? Por que insiste em se mostrar como projeto rácico, coisa que efetivamente não é?

– Por que não causa constrangimento ao OFB, e seus admiradores, o disparate de enaltecer a figura de Dr Paulo no que lhes convém, mas propor (entre outras coisas) o aproveitamento de cães atípicos e até pretos, fato que o Mestre de Criação do CAFIB condenava veementemente?

– Por que, desde o início, o OFB preferiu centralizar a direção de seu trabalho em somente uma única pessoa, seu idealizador, e não se empenhou em um trabalho prático mais transparente, público e consistente como as Análises de Fenótipo e temperamento – AFT do CAFIB (vide Boletim O FIla n° 30, de 1981) ou http://www.filabrasileirochicopeltier.com.br/fila_brasileir… ?

– Por que, até hoje, o OFB se recusou a levar seus cães em exposições especializadas, onde poderiam demonstrar ao público, juízes e criadores suas tão propaladas características?

Creio que as questões respondidas, e mesmo as que permanecem pendentes de resposta, já permitem a visualização e entendimento do que representa, na verdade, o projeto OFB.

Agora cabe àqueles que realmente tem comprometimento com a Raça Fila Brasileiro, a legítima e genuína, que exerçam o decisivo ato de Respeito à
Raça, repudiando de forma manifesta esta iniciativa que se prova totalmente inadequada e danosa à raça que criamos, nos dedicamos e tanto admiramos.
Sendo assim, espero que Deus e os criadores e clubes de bom senso protejam o Verdadeiro Fila Brasileiro de mais esta tentativa de mestiçagem.

Joaquim Liberato Barroso / Titular do Canil Boa Sorte

Valença, 2 de Julho de 2019

Nota: leiam o primeiro artigo mencionado no titulo acima de Joaquim (Quinzinho) Liberato Barroso  em https://filabrasileirochicopeltierblog.wordpress.com/2019/04/17/post-635-tio-chico-informa-no-241-mais-um-excepcional-profundo-e-cristalino-artigo-assinado-por-quinzinho-liberato-demonstrando-a-subversao-e-a-falacia-existente-na-teoria-do-ofb-data-17-04-1/

Abraços, Chico Peltier.